1883 - 1945
Alfred Wolfenstein foi um poeta, dramaturgo, romancista, ensaísta e tradutor alemão. Filho de Heymann Wolfenstein, um comerciante judeu, e de Klara Wolfenstein, ele nasceu em Halle (Saale), em 28 de dezembro de 1883. Estudou direito em Berlim e, em 1915, se tornou escrivão judicial, época em que começou a se dedicar à atividade de escritor autônomo.
Já em 1912, seu primeiro poema apareceu na revista literária e política Die Aktion (“A ação”), editada por Franz Pfemfert, do qual ele foi um colaborador próximo até 1917.
Em 1916, casou-se com a poeta Henriette Hardenberg.
Nos anos 1920, ele se afastou da poesia e tentou escrever peças no estilo expressionista, com sucesso moderado. Wolfenstein escreveu uma peça de teatro contra a pena de morte Die Nacht vor dem Beil (A noite anterior ao machado).
Como tradutor ele se dedicou a Gérard de Nerval, Paul Verlaine, Emily Brontë, Victor Hugo, Eugene O'Neill, Percy B. Shelley e outros; por sua tradução de Rimbaud Leben, Werk, Briefe (“Vida, Obra, Cartas”), ele recebeu o primeiro prêmio de tradutor alemão em 1930.
Wolfenstein defendeu o pacifismo, como havia feito no início de sua carreira literária por volta de 1914. Após a tomada do poder pelos nazistas, ele foi avisado pela Liga dos Direitos Humanos que estava em uma “lista negra” dos novos governantes. Wolfenstein emigrou, em março de 1933, primeiro para Praga, onde lançou sua última publicação independente, Die gefährlichen Engel1 (Os Anjos Perigosos), em 1936.
Em 1939, ele foge para Paris, onde foi ativo na Schutzverband deutscher Schriftsteller (Associação de proteção dos escritores alemães)2 e como tradutor, deu palestras sobre história literária e tópicos históricos e escreveu para o Pariser Tageblatt e para o Pariser Tageszeitung3. No entanto, a situação dos emigrantes em Paris se deteriorou cada vez mais e, quando ocorre a invasão das tropas alemãs em 1940, ele foi preso e mantido na prisão La Santé. Após três meses, foi milagrosamente libertado da prisão por um oficial alemão que o conhecia como escritor. Em seguida, tentou obter um visto americano e apesar dos esforços de Stefan Zweig, Franz Werfel e Thomas Mann, ele não consegue fugir para os EUA ou para o Brasil. Gravemente doente e vivendo sob o nome de Albert Worlin, ele retornou a Paris em fevereiro de 1944. Embora a capital francesa tenha sido liberada pelos Aliados em agosto, Wolfenstein tirou sua própria vida em um hospital de Paris em 22 de janeiro de 1945.
Notas:
1 O conto “Sobre os telhados” é um dos trinta contos, que compõem a obra Die gefährlichen Engel. Dreißig Geschichten (Os Anjos Perigosos. Trinta histórias), de 1936.
2 A Schutzverband deutscher Schriftsteller (SDS) foi fundada em 1909 e existiu sob este nome até 1933 (posteriormente como Schutzverband deutscher Schriftsteller im Ausland “Associação de proteção dos escritores alemães no exterior” até cerca de 1939). O objetivo da associação era proporcionar proteção legal contra a intervenção do Estado na criação literária.
3 O Pariser Tageblatt e seu sucessor, o Pariser Tageszeitung, foi o único jornal diário de língua alemã publicado no exílio até 1940.
Obras (seleção):
Die gottlosen Jahre (1914) - coletânea de poesias (Os anos sem Deus)
Die Nacht vor dem Beil. Drama in neun Bildern (1929) – drama (A noite anterior ao machado)
Celestina. Schauspiel in zwei Teilen (1929) – drama (Celestina. Peça em dois atos.)
Die gefährlichen Engel. Dreißig Geschichten (1936) – prosa (Os Anjos Perigosos. Trinta histórias)
Como tradutor:
Dreiundneunzig (de Victor Hugo, 1925) (O noventa e três)
Gedichte (de Paul Verlaine, 1925) (Poesias)
Madame Bovary (de Gustave Flaubert, 1929).
Leben, Werk, Briefe (de Arthur Rimbaud, 1930) (Vida, Obra, Cartas)
Fonte:
Killy Literaturlexikon, vol. 12, De Gruyter, 2011.
https://de.wikipedia.org/wiki/Alfred_Wolfenstein
Aqui você encontra o conto "Sobre os telhados".